Tuesday, April 29, 2008

Coachella Day 3

Minha cobertura "Coachella- Day 3" é basicamente a mesma enviada para o Lúcio Ribeiro- mais curtinha, pois foi feita por sms- aqui incrementada com alguns comentários mais pessoais, fotos e vídeos meus.

(Nos próximos dias virão mais fotos e comentários sobre tudo o que a gente viu lá. Haja post.)
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- O último dia do Coachella é sempre um pouco mais tenso pra mim. Já estou cansada, mas ao mesmo tempo não quero que aquilo acabe, nem perder nem um segundo. Mas nesse domingo o line-up era bem mais tranquilo. Pelo menos ate o sol se pôr.
Por isso as lojinhas e tendas como a da AT&T estavam lotadas. O pessoal estava dando um relax. Até as 16h o show com maior concentração de gente era o Shout Out Louds, no palco principal.

- O domingo começou com inéditas nuvens no céu, e um dia mais fresco no deserto. E muita gente com camiseta do Roger Waters já na fila de entrada.

- Fui me dar ao luxo de tomar um brunch antes de ir e acabei perdendo o Holy Fuck.

- Mas ajudou (ou melhor, atrapalhou) no meu atraso, a fila. A revista do 3o dia estava bem mais rígida. Olharam todos os bolsinhos de cada mochila de todo mundo. Como não havia nenhum show violento (como no ano passado, que era Rage against the Machine), não deviam estar procurando "armas".

- Me preparei psicologicamente para Does It Offend You Yeah às 17h10. Depois Sean Penn (é, ele mesmo. Ele ía fazer um discurso, que eu não ía perder. Amo ele), Spiritualized, My Morning Jacket (idolatrada pela crítica aqui), Roger Waters, Simian Mobile Disco e Justice. Mas um dos aprendizados - o mais sofrido aliás- do Coachella é que dificilmente a gente consegue cumprir todo nosso line up.

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Does It Offend You Yeah
Morgan Quaintance ganhou o prêmio de cara mais gente boa do Coachella. Fez o show inteiro rachando o bico de tudo e simpático. Ele estava vestido com o que parecia ser um pijama. New rave, claro. Engraçado que ele não parece da mesma banda que James Rushent e Dan Coop, que dividem a frente do palco com ele mas não deram um sorrisinho. Só comentaram no começo que o show do Portishead foi “fucking awasome”.

- James inclusive não parecia estar muito bem. Estava com uma toalha molhada na cabeça e cara de alucinado. Dan até perguntou para ele -em off-uma hora: “Are you ok?" Bom, podia ser o calor, não?

Mas o que importa eles fizeram bem. O som é pesadão ao vivo. Galera delirando. Em “Let’s Make Out”, Morgan desceu do palco e cantou com a galera. E em “Se7en” a tenda quase foi para o chão.

- Eles terminaram chamando uma galera para o palco, inclusive um gordinho que acho que era o Har Mar Superstar, que também subiu no palco do Black Lips (putz, esqueci de escrever de Black Lips, né?).


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Spiritualized teve Jason Pierce e seu tecladista sentados nos banquinhos, com violinistas e backing vocals atrás, dando um clima de mini-orquestra. A banda iniciou com bastantes problemas técnicos no som. Mas a platéia super-fã deu todo o apoio. Vi só as primeiras músicas, dias baladas, e fui para o Sean Penn.


- "What tha fuck is
Sean Penn doing at Coachella's main stage?" Segundo ele, essa foi uma frase de sua mãe, quando soube que ele estaria lá e que coincide com o pensamento geral da platéia.
Penn falou sobre a importância das geraçoes atuais, aquelas que estavam no Coachella, terem consciência politica e de voto consciente. E de quanto a geração dele estragou as coisas por não se importar e da importância do voluntariado...
“Revolution is a young man's job”, Sean Penn disse. E eu virei voluntária na hora.



- My Morning Jacket fez uma sonzeira no palco principal, na hora em que o sol estava se pondo no deserto e o cenário fica mais "de sonho". Jim James e banda (e o urso de pelúcia que estava no palco) deixaram a platéia hipnotizada. Não dava para sair desse show. Entre todas as músicas muito bem tocadas, "Gideon" foi especialmente linda pra mim.
Jim se juntou a turma que elogiou Portishead e Beth Gibbons e o show do dia anterior.

- O sol foi embora a gente teve a primeira noite verdadeiramente fria do Coachella. Pessoas voltava do Camping (anexo) enroladas em toalhas e cobertores, o que as vezes fazia a gente se sentir numa festa de sem-terras.

- O show do Roger Waters foi dividido em duas partes, com um break no meio. Foi quando ele tocou o DVD 1 e o 2. Brincadeira. Realmente o show parece bem ensaiado. Em um momento, quando a musica "explode", ele levanta os dois braços no mesmo segundo que labaredas de fogo saem de trás do palco. Deu um pouco de vergonha alheia. O telão mostrando imagens do Syd Barret, galáxias e estrelas naquele cenário do deserto davam o clima de "um disco voador pode chegar a qualquer momento".
Na verdade, teve até um porco inflável voador entre as parafernálias da produção.
Mas não dá para não se emocionar com 120.000 pessoas cantando em uníssono "Wish You Were Here" e outras músicas "monstro". É o tipo de show que acontece no palco, enquanto outro acontece na platéia.


Ir embora do 3o dia do Coachella é um misto de cansaço, fome, roupas encardidas, muitas lembranças e uma felicidade plena. 
Como a Thais bem disse abaixo, difícil fugir de clichês. Mas a sensação mais clara indo embora do Coachella é que eu preciso voltar no ano que vem.

1 comment:

Camila Fremder said...

Fantastico hein meninas!!!
Adorei os posts!!
bjs