Tuesday, August 19, 2008

for a minute there I lost myself.

Eu lembro direitinho de quando eu virei fa dos Beatles. Eu tinha 11 anos e sabia todas as letras de cor, sem a menor ideia de que a maioria delas tinham significados diferentes dos que eu cantava. Ai eu lembro de perguntar pra minha mae como e que foi crescer na epoca em que eles estavam todos vivos, juntos, tocando, indo pra India e lancando discos novos. Eu sempre lembro da resposta dela. "Thais, como e crescer ouvindo U2, com as idas e vindas deles, os shows por ai e os discos novos? Entao.”

Eu entendi. Ela quis dizer que quando a gente vive na mesma epoca em que as grandes bandas, o glamour e o deslumbre de uma carreira cheia de hits, shows e viagens ficam espalhados no tempo. Diferente de quando voce assiste um documentario sobre a banda X e vira fa quase instantaneamente. Minha mae tava certa.

A unica coisinha que eu mudaria nessa analise comparatoria toda e que a minha banda contemporanea em questao jamaais seria o U2. No meu caso, seria o Radiohead.

E foi assim que eu fui, respeito a tiracolo, pro show dos My So-Called Beatles na quarta passada.


(Nota em off: a pessoa que vos escreve nao se considera fa de Radiohead, nunca comprou um album da banda e por contar com imensa humildade, resolveu convidar um fa digno pra escrever a resenha tecnica merecida. Mas esse assunto fica pro final. Voce, portanto, esta prestes a ler sobre as impressoes de uma admiradora a distancia, assistir aos videos de alguem que respeita o Thom Yorke a ponto de ter medo dele um dia aparecer na sua frente e nao saber o que dizer. Vamos adiante).


'Everything in its Right Place'

Assistir ao show do Radiohead te da aquela sensacao de “once in a lifetime”. Volta e meia voce se pega viajando ou na musica, ou nos teloes, ou nos caras dancando enquanto tocam e tem que se cutucar e lembrar “eu to no show do Radiohead, aahh!”.


Eu comentei no post anterior o quanto eu gosto de ver bandas que nao mexem muito com a estrutura das musicas conhecidas e entregam algo proximo do que voce esta acostumado a ouvir no CD player. Porque eu sei que nao deve ser nada facil reproduzir todos os sons que acontecem ao mesmo tempo em ‘Paranoid Android’ ao vivo, por exemplo. So por isso. Mas o Radiohead segue o passo a passo e ainda consegue te surpreender com a qualidade e clareza de som, sem contar o volume, que sempre ajuda.




"House of Cards", linda :)

Durante a apresentacao deles a minha admiracao cresceu. Inevitavel. Eu sou apaixonada por “House of Cards” e foi nela em que eu elegi essa a banda pra representar a minha geracao. Radiohead nao so faz o melhor e mais inteligente uso de instrumentos, tecnologia e marketing ao seu proprio favor, mas faz isso de uma forma discreta e profissional.

isqueiros acesos em 'Paranoid Android', tributo aos 90s.

Quem sabe um dia meus filhos nao vem me perguntar o porque de eu nao ter sido uma fa descabelada do Thom Yorke e nao ter comprado a discografia inteira em seus dias oficiais de lancamento. Ai eu posso dizer que eu sabia o quao bons eles eram, e assim, a distancia, convivi com a banda que marcou cada momento diferente da minha vida.

-------------------------------------------------------------------------------------------
PS: Eu prometi a resenha tecnica merecida, escrita por um fa de verdade. Pra ler esse texto, clique aqui. A resenha e em ingles, dada a lingua nativa do autor, e dado que a mesma foi postada no blog em qual escrevo na mesma lingua.

2 comments:

M. said...

identificação total com esse texto thaís! meu namorado é beatlemaníaco e além disso, só ouve clássicos. e como é diferente ser fã de clássicos!
transpondo essa idolatria dele para o meu lado - e para os dias de hoje - a única banda que me vem é o radiohead. infelizmente nunca os vi ao vivo... ou tenho a sorte de pegá-los fora ou com muita reza, eles vêm pro brasil!
adorei o texto e a resenha da fã.
beijos

Gabriel said...

Fiquei pensando outro dia sobre isso. Comprei o livro 'As Melhores Entrevistas da Rolling Stone' e tem uma com John Lennon, outra com o Kurt Cobain, Mick Jagger, entre outros. Serio, eh sensacional o livro, de poder ver o que pensavam, a versao deles, etc. Muita coisa do termino dos Beatles, pude saber o lado do Lennon, por exemplo. Vale a pena a leitura, ainda mais pra vc que curte tanto música. Bjo e seja sempre bem-vinda no blog! =)

ps. do iPod, estou pensando seriamente em comprar um HD externo soh para fazer o back up das 10 mil musicas e poucos...